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Cairns: a porta oficial para a Grande Barreira de Corais

A cidade de Cairns, no norte da Austrália, é bem pequena, moram mais ou menos 150 mil pessoas e o calor que faz lá, aliado à umidade típica dos trópicos, faz-nos lembrar daquelas cidades mais próximas da Amazônia brasileira.

Clima muito parecido com o da maior parte do Brasil

Clima muito parecido com o da maior parte do Brasil

Chegamos lá vindos de Brisbane, um pouco mais ao sul, em um dia 10 de fevereiro, na hora do almoço e e logo pegamos o carro que estava reservado por 3 dias por US$90 (valor final). Sim, o aluguel de carros é bem barato em Cairns porque a oferta é grande e a cidade é bem pequenininha. Mas aconselho alugar um carro se você não ficar na Esplanade perto do Píer, pois andará menos. O hotel em que ficamos, o Acacia Hotel (223/227 Esplanade, Cairns QLD 9870), é um bom hotel com uma boa piscina. Como era ano novo chinês, o hotel estava literalmente infestado de chineses por todos os lados, quase como uma praga, alguns extremamente sem modos, mas respira-se fundo e bola pra frente… Almoçamos, fizemos o checkin e já fomos para o centrinho para aproveitar o comércio local aberto e para reservar o passeio para a barreira de corais já no dia seguinte. A previsão do tempo era que os dias estariam com tempo ruim lá, muita chuva (como nos últimos dias), mas calor de quase 30 graus, um clima bem de verão tropical.

Andando pelo centro, encontramos uma loja bacana que revendia passeios de vários lugares, uma atendente aussie (descalça, claro!) muito simpática nos atendeu, seu nome era Errin (diferente, ela mesma confessou que amava por isso…), e nos indicou não o passeio mais caro, mas aquele que mais aproveitaríamos, que é de um dia inteiro, sai bem cedo e custa AU$99 + AU20 (uma espécie de taxa que se paga por pessoa para acessar a barreira de corais, chamada de Levy). Compramos com ela, o preço era originalmente um pouco mais elevado e baixou para este. Como a coisa era bem cedo, perguntamos sobre estacionamentos ao redor do píer e ela nos disse que se parássemos na Aplin St, poderíamos deixar o carro lá o dia inteiro sem pagar nada. Esta informação não foi confirmada por comerciantes da Aplin posteriormente, portanto, optamos por deixar o carro em um Public Parking logo no píer, 300 metros do finger E, de onde saía o nosso barco. Saiu AU$12 para deixar por 10 horas, um bom preço como todos os estacionamentos públicos em Cairns: AU$1.20 a hora. Há ruas em que o carro pode ficar na faixa do meio por até 3 horas sem pagar nada, mas não são todas. Cuidado para não ser guinchado… Paramos o carro lá por volta das 6:30 da manha e o passeio tinha previsão de deixar-nos de volta às 16:30, perfeito para as 10 horas do passeio.

Só na preparação

Só na preparação

O barco saiu um pouco antes das 8 da manhã, depois do café da manhã e de todos terem feito checkin efetivamente. A todo momento o pessoal do barco avisava sobre a maré que estaria bem sacolejante, já que ainda estava chovendo, mas todos torciam para que o tempo abrisse ao longo do dia e que nas nossas paradas (duas), o tempo estivesse um pouco melhor para melhorar a visibilidade embaixo d’água.

A viagem não é muito batida no início porque há um morro bem grande bem em frente, protegendo o barco das ondas mais altas e deixando a viagem bem tranquila. Quando entramos em mar aberto, rumo aos chamado outter reefs, a coisa começa a mudar de figura. As ondas começam a deixar o barco pendendo de um lado para outro e como fomos malandros e compramos na véspera o Travacalm, estávamos sonolentos, mas tranquilos. A japonesada café com leite começou a passar mal, toda hora indo para fora para pegar um ar por causa das ondas. Confesso que já estive em mares bem piores, como em Los Roques, na Venezuela. A viagem para Cayo d’água é extremamente batida na volta, pois voltamos contra a maré… mas isso é coisa para outro post.

Continuando com a Grande Barreira de Corais, chegamos em Fitzroy Island um pouco depois de uma hora de termos partido. Ficamos uns 10 minutos para instrução de mergulho para os mais abonados (íamos ficar só de snorkel mesmo) e como é possível passar a noite lá, alguns sairiam do barco e outros entrariam para voltar conosco. Há passeios para a Barreira de Corais em que se pode ficar até uma semana lá, coisa roots mesmo… Dali, foram mais uns 5 minutos até chegarmos na primeira parada. Mar liberado para geral entrar e curtir o visu do mar e lá fomos nós, parecendo dois personagens semimortos do seriado Walking Dead andando em comboio prontos para descer e ver o máximo de corais e peixes que pudéssemos. Eu preciso dizer, com certo pesar, que eu esperava mais da Barreira. Não sei se foi pelo dia, sei lá, mas não há muitos corais vibrantes em quantidade abundante na parada que fomos. O pessoal do CDC (Cairns Dive Centre, 121 Abbott Street, Cairns QLD 4870 – www.cairnsdive.com.au) até nos ajudou nos rebocando para um lugar com melhor visibilidade e mais corais, pois a maré estava nos levando para longe dos principais corais. Esse é outro ponto fraco de lá: para quem vai fazer apenas snorkel, é foda ruim!! O mar tem muitas ondas e você engole mais água salgada que um tubarão! Fica com uma sede do inferno de tanto engolir água do mar, pois as ondas são fortes. A comparação com o Havaí é inevitável, pois estávamos uma semana antes mergulhando lá e a visibilidade era total, mais de 50 metros, enquanto na Barreira não passava de 20! Mas o encanto pode ter sido quebrado, também, pelo dia nublado e até chuvoso às vezes… Voltamos em uma meia hora para o barco e deixamos para cair no mar novamente só na parada seguinte. Decisão acertada…

Água salgada não é legal não, valeu???!!! :-(

Água salgada não é legal não, valeu???!!! 🙁

A galera voltou para o barco com cara de espantado, principalmente os japoneses que só conseguem ver os peixes no prato junto com molho de soja… é impressionante como eles se admiram com tudo. Olham para um peixe, fazem uma cara de espanto fenomenal! São gente boa demais, só que muito inocentes. Não têm culpa de morarem em um lugar perfeito… Veio a hora do almoço, todo mundo morto de fome e a comida até que era maneira. Comemos feito loucos, cansa demais fazer snorkel, cruz credo!

Agora!!!

Agora!!!

Na segunda parada, fomos mais no macete: um carinha do barco levaria a galera como se fosse um guia, puxando uns por uma corda e parando nos lugares de corais mais saudável e vivo. Bingo! Conseguimos fazer esta segunda parte valer a viagem e fizemos vídeos e fotos bem legais, sem comparação com a primeira parte. Esse coral se chama Moore, o primeiro fiz questão de esquecer o nome rsrsrs.

O bacana é que o CDC dá todo o equipamento, desde uma roupa que tampa desde o dedão do pé até o último fio do cabelo da cabeça (para quem tem), além das nadadeiras, do snorkel, da máscara e se você quiser, também te alugam máquinas subaquáticas. Basta ter dinheiro. Um casal de indianos (ricos) comprava tudo que ofereciam… O aluguel da câmera saía por AU$40 e você ainda levara o cartão de memória embora para casa. Os preços são bem praticáveis, principalmente em se tratando de Austrália. O problema é que a moeda brasileira é fraca demais e deixa os viajantes desolados em tempo de crise de início de segundo mandato de Sra. Presidente Dilma.

Tudo pronto!!

Na volta, não sacudiu tanto como esperávamos e logo estávamos em terra firme, pontualmente às 16:30h para pegar o carro e voltar para jantar e cama. Muito cansaço para apenas um dia e muita água salgada no organismo para liberar. 🙂

Nota: se você for fazer o mergulho com cilindro, pouco vai importar a maré para você, pois você estará alguns metros para o fundo mesmo e o mar pode balançar mais que touro de rodeio que você estará tranquilo, mas seu bolso precisa ser mais fundo que o nosso, ok??

Iríamos para Port Douglas no dia seguinte, pois como teríamos mais dois dias inteiros em Cairns, gastaríamos um para conhecer aquela cidade. O problema é que são duas cidades em que você basicamente faz coisas que dependem do mar aproveitável e de um bom tempo, coisa que não ocorreu estas dias em que estivemos por lá, infelizmente. Ficamos pegando chuva em Cairns mesmo e acabamos por comprar coisas para remeter ao Brasil. Via marítima, enviamos 2,7kg por AU$60. Uma barraca ninja de praia, montável em segundos, além de uns shampoos mais caros para fazer valer o frete elevado. A atendente disse que leva uns 3 meses ou mais para chegar pelo mar. Temos tempo, sem problemas!!! 😉 O local de comprar foi o The Reject Shop (113-117 Sheridan Street, Cairns QLD 4870), um lugar fantástico com coisas baratíssimas e de qualidade muito boa. Definitivamente, vale a visita se você estiver pela Austrália. Tem em Brisbane também esta loja (Shop 1109 Westfield Garden City, Cnr Logan Rd. & Kessels Rd. Westfield Garden City, Upper Mt Gravatt QLD 4122). Com o tempo chuvoso, não somente nós, mas todos a chinesada que estava em Cairns resolveu ir para o Cairns Central, o shopping da cidade que te dá 3 horas free de estacionamento, bem no centro, com uma saída para a Aplin St. Um shopping normal como há no Brasil e se quiser comer, encare o Golden Wok, que tem um pratão com 4 opções de comida com preço possível por AU$12.80. Preço excelente na Austrália e opção para os restaurantes vietnamitas que salvam por serem baratos. Mesmo na Austrália, os viets são meio carinhos, para variar…

Nem cheguei a comentar que em Cairns há uma infinidade de passeios. Um dos mais procurados principalmente pelos europeus, pelos canadenses e norte-americanos é o que vai para a floresta australiana. Na boa, galera, nós temos nossa gigante floresta amazônica e não precisamos pagar em dólar para ver selva, temos a nossa prontinha e podendo ser paga em Real. Mas se você quiser ir, ok,sem problemas, há muitos passeios para a floresta de um, dois, três, etc. dias e também para Port Douglas.

Enfim, prepare o seu bolso para vir para a Austrália. Mesmo na parte norte, que é um pouco mais barata do que a área de Sydney e Melbourne, você gastará bem. Este país é lindo, não perfeito, mas acho que é isso que deixa a Austrália tão queridinha dos brasileiros: a certeza de que lá, tudo é “apenas” quase perfeito! Queridos Aussies!!!

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