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Perca o fôlego com as paisagens do Grand Canyon

Se você está em Las Vegas ou pretende ir para lá, procure deixar um ou dois dias livres, sem nada agendado para a Strip (Las Vegas Blvd), Fremont St ou qualquer outra coisa mundana que você possa fazer pelas bandas da Sin City. Como dito, reserve pelo menos um dia para ir ao Grand Canyon, no estado vizinho (e não tão perto) do Arizona.

Você tem duas alternativas para visitar o parque: a primeira é a mais cômoda e a mais cara, de ônibus, como em uma excursão, pagando a partir de US$180 para conhecer o parque nacional do Grand Canyon, que fica a menos de 200 km de distância (algo em torno de 120 milhas para os norte-americanos); a segunda e mais barata é dirigir até lá. Custo? O do combustível mais as horas de sono que você não vai ter, mas a flexibilidade de ficar quanto tempo quiser por lá. Tem um custo adicional de US$25 por carro pela entrada no Parque Nacional. Se estiver sozinho, com seu parceiro(a) ou com o carro lotado, o valor será exatamente o mesmo.

Aposto que você começou a pensar: “Vou para Los Angeles, esticarei até Las Vegas e acabo de ler que preciso deixar um dia para o Grand Canyon. Estou com esposa e dois ou três filhos. Se for de ônibus, gastarei a partir de US$720 até US$900 para conhecer o parque. Se for em família no nosso carro [que já está alugado], sairá por US$25 mais 1,5 tanques de combustível [em torno de US$50], uma verdadeira pechincha”.

Tenho que concordar com o senhor que está com a família, com certas restrições. Elas se aplicam para o caso de você não gostar de dirigir. Pois a parte mais legal do parque está localizada no que se chama de South Rim, que está mais longe de Las Vegas, em torno de 300km, o que deixa a viagem mais longa, mas não menos divertida. Principalmente se você está em família.

Se você alugou carro ou se possui algum conhecido/amigo/parente/agregado/etc. que te emprestou o carro, ele deve ter uma coisinha chamada cruise control. Junto com a pólvora e com o avião e a roda, esta foi uma das invenções mais importantes da humanidade. Por quê? Explico imediatamente.

Para quem nunca ouviu falar dessa porcaria, cruise control (ou piloto automático, em português) é um sistema que te permite definir a velocidade de cruzeiro, ou constante, que deverá ser aplicada pelo seu automóvel em determinada rua ou rodovia. No caso dos EUA, isto é algo que se encontra em todos os carros, com raras exceções. Já no Brasil, a coisa é um pouco diferente, se é que vocês me entendem…

Você apenas necessita olhar as placas indicando quantas milhas é a velocidade máxima e configurar seu cruise control de acordo, o que faz com que o seu carro se transforme em um vídeo-game real (que você não tem vidas extras, óbvio), mas que te permite ver a paisagem desértica de Nevada e do Arizona com tranquilidade e segurança.

Típico visual da estrada para o Grand Canyon

Típico visual da estrada para o Grand Canyon

Não estou dizendo para você configurar o piloto automático e se maquiar, escovar os dentes ou algo do gênero. É apenas para deixar a coisa mais confortável. Nisso, os norte-americanos são mestres…

Voltando ao passeio para o Grand Canyon:

Se você não alugou carro ou não gostar de dirigir e preferir o conforto de um ônibus com um guia que fale inglês e espanhol, você pagará US$180 por pessoa e descerá depois de umas 3 horas dentro do ônibus. Tirará suas fotos e voltará para Las Vegas feliz da vida, pois conheceu o Grand Canyon. Terá muitas histórias para contar para seus amigos na volta para o Brasil, pois você terá ido para Los Angeles (normalmente) e dirá que conheceu Las Vegas e o Grand Canyon. Awesome, como dizem os yankees…

Vou contar minha experiência, pois não sou um cara de programas packed ou prontos. Resolvemos dirigir até o Grand Canyon pela parte mais distante, para acessar o South Rim, ou seja, a viagem fica com o dobro da distância, mas com o dobro da aventura e com o dobro da satisfação. Explicando…

Você pode parar no meio do caminho, a uns 40 minutos de Las Vegas, na barragem chamada Hoover Dam. Não se paga nada para entrar lá (coisa rara nos EUA) e você está exatamente na divisa entre os estados de Nevada e Arizona. Cada estado possui um horário diferente. Quer dizer que você está em Nevada e são 11 da manhã. Anda 50 metros e volta uma hora no tempo, pois no Arizona são 10 da manhã ainda. Legal, né? Viagem no tempo, mas sem máquina do tempo…

Restaurante mexicano no caminho para o Grand Canyon, muito comum nas cidades pequenas do caminho

Restaurante mexicano no caminho para o Grand Canyon, muito comum nas cidades pequenas do caminho

Visuzinho de Hoover Dam

Visuzinho de Hoover Dam

Para quem já foi a Foz do Iguaçu, a coisa é muito parecida, tão grandiosa quanto. Só que de graça. E você pode ficar quanto tempo quiser. Se for verão, há o estacionamento pago (e coberto) por menos de US$10, mas se for inverno, pode deixar ao relento mesmo, “di grátis”. Essa foi minha opção, pois era janeiro, ou seja, inverno no hemisfério norte. Dez dólares no bolso para gastar em outras coisas. A nossa sorte é que estávamos com um amigo que mora em Las Vegas e que foi junto, prontificando-se a nos mostrar tudo, absolutamente tudo, e isso facilitou tudo (muitíssimo obrigado, Bayardo Sandy).

Acham que é só no Brasil que tem problema de falta d'água?

Acham que é só no Brasil que tem problema de falta d’água?

Nós e nosso amigo Bayardo Sandy (ao centro). Obrigado pelo tempo juntos em Las Vegas!

Nós e nosso amigo Bayardo Sandy (ao centro). Muito obrigado pelo tempo juntos em Las Vegas!

Ficamos cerca de 40 minutos tirando fotos e desfrutando da estrutura de Hoover Dam e seguimos rumo ao Arizona, mais especificamente ao South Rim do Grand Canyon. Viram como essa alternativa, além de mais econômica, é mais turística?

Entrada do parque. É aqui que se pagam os US$25

Entrada do parque. É aqui que se paga US$25 pela entrada

Ah, não gosta de dirigir, já saquei… Mas continuarei explicando tudo que ocorreu durante este dia atípico em nossas vidas.

Para chegar ao Grand Canyon, anda-se bastante. Deve-se pegar o caminho para a cidade de Williams e seguir as placas que levam ao Grand Canyon. Nem querendo você se perde, pois há muitas placas. Vai demorar, cerca de 3,5 horas do Hoover Dam, mas você chegará lá depois de algumas paradas estratégicas para “dreno”, se é que você me entende…

O parque é acessado com uma taxa de entrada única de US$25 por carro. Uma, duas, três ou uma van com oito pessoas pagará os mesmos US$25. Sai bastante em conta se você está, no mínimo, em casal.

Você pode ficar quanto tempo quiser no parque e tirar quantas milhares de fotos quiser, de todos os ângulos, sempre tentando desviar das manadas de japoneses que sempre estão a viajar e tirar fotos… Conosco, não foi diferente, mas sobrevivemos aos japas.

Tinha até neve por lá ainda…

Tinha até neve por lá ainda...

Selfie da selfie

Selfie da selfie

Ah, esses japoneses...

Ah, esses japoneses…

Há vários decks que podem ser acessados e algumas pedras, para os mais corajosos, em penhascos para algumas fotos mais radicais, daquelas que normalmente aparecem como capas de facebook e tal.

Ficamos por lá por cerca de 1,5 hora, o que nos permitiu filmar, conhecer o parque andando e dirigindo, visitar lojinha de souvenires, banheiros (é claro!) e começar o caminho de volta. Como esta viagem para o Grand Canyon não estava prevista em nosso roteiro inicial, não salvei o mapa o Arizona no meu GPS (erro fatal!), o que nos fez andar quase 100km a mais e perder cerca de 40 minutos na volta para Las Vegas. Nada de mais, pois a gasolina em Vegas estava 2 dólares o galão, o que dá cerca de R$5,20 por 4 litros de combustível ou R$1,30 por litro. Em janeiro de 2015, o preço no Brasil estava subindo deveras no primeiro mês do remandato da Dilma e já estava longe dos R$3. Ou seja, gastávamos menos da metade para abastecer o carro com gasolina que continha apenas 6% de etanol. Legal, né? 🙂

Smokey bear, yeah!!!

Smokey bear, yeah!!!

Bom, chegamos em Las Vegas sãos e salvos, provavelmente depois do pessoal de ônibus, mas alguns dólares menos pobres, pois em dois, eles gastariam US$360 e nós, em três, gastamos US$50 de gasolina mais US$25 de entrada no parque. Isso para 3 pessoas… Pagamos tudo para nosso amigo e, ainda assim, economizamos bastante. Sem contar com a sensação de dirigir o nosso Mustang conversível alugado em Los Angeles por US$80 por dia a 160 km/m em uma rodovia preparada para tal. Voltamos ao vídeo-game outra vez, sendo que estamos vivos para contar toda a história.

Muitos nos perguntam: vou para Los Angeles, o que devo fazer por lá? E eu respondo: vá para Las Vegas… continuam nos perguntando: e em Vegas, o que fazermos? Respondemos que, além de Vegas, há Hoover Dam e o Grand Canyon e um ou dois dias serão necessários para conhecer as paisagem de tirar o fôlego por lá. O deserto pode ser bem divertido se você souber como conhecê-lo e disfrutá-lo.

Prefere ir de ônibus? Ok! Se problemas! Nosso primeiro pensamento foi esse, mas vimos que nos divertiríamos mais se fôssemos dirigindo, embora fosse mais cansativo. Se vale a pena visitar o Grand Canyon, embora seja um parque nacional e, além das montanhas ao fundo, não há lá grande coisa para se fazer, respondemos: definitivamente, VALE A VISITA! Vá lá, divirta-se, pois sempre dizemos que o dinheiro que se gasta viajando é o único que te deixa mais rico. Enjoy the world!! See you abroad! 😉

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