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Sobre a inveja

Juntando as perspectivas que tivemos durante nossa volta ao mundo com as que previamente conseguimos com outros 28 países visitados, chegamos à conclusão que temos muita inveja.

Mas que inveja é essa? Começando a volta pelos Estados Unidos que já tanto conhecemos, temos inveja da acessibilidade (com algumas exceções). A maior parte das cidades possui rampas de acesso, elevadores e várias possibilidades para quem tem algum tipo de dificuldade motora, o que no nosso caso é muito necessário. Existem também indicações de como é o acesso e as pessoas tentam ao máximo ajudar mostrando o melhor caminho e o mais rápido.

E a integração e a facilidade no transporte? Na Austrália, o respeito aos que têm algum tipo de deficiência é impressionante. Eles estão sempre dispostos a ajudar, a tentar melhorar o que for possível pra quem não consegue se locomover como todos. Dá muita inveja de tanto respeito e compaixão com o próximo.

Não dá pra falar de acessibilidade sem falar de Cingapura, o primeiro país 100% acessível do mundo. Você pode ir a qualquer lugar que terá escadas rolantes ou elevadores (em muitos casos os dois). Além disso, as calçadas são perfeitas, sinalizadas e existe um respeito muito grande pelos cidadãos.

Também ficamos sempre com inveja da possibilidade de ir ao banco ou ainda sacar dinheiro sem medo algum, pois existem caixas e mais caixas automáticos em lugares como ruas (sim, pode-se sacar dinheiro no meio da calçada), pequenos comércio e ainda no meio do nada (fazendas, praias, cidades minúsculas). A gente sempre fica suspirando quando lembra da “saidinha de banco” e das explosões de caixas eletrônicos, pois em boa parte dos países ditos desenvolvidos isso é uma piada de mau gosto… como a gente queria ter essa sensação de não precisar se esconder quando você saca um dinheiro que é seu… às vezes, parece que o criminoso é você.

Outra coisa que nos chamou a atenção e, de novo, aquele suspiro, é que em alguns países da Europa você pode sacar em 3 ou até 4 moedas diferentes. É só escolher se você quer dinheiro local, euro, dólar ou ainda libra esterlina, uma maravilha!

Agora, falando um pouco de segurança, que em países como a Austrália ou o Japão é impressionante, você vê as pessoas livres na rua, sem medo, sem insegurança em relação a outras pessoas na rua, um sonho distante. Aliás, pra nós a segurança sempre é um tópico relevante. Na maioria dos países que passamos na volta ao mundo, inclusive os mais pobres, observamos pessoas calmamente deixando suas coisas na areia e indo até o mar, bicicletas paradas na rua, muitas vezes sem cadeado algum, roupas, souvenires e outros objetos de lojas para fora, na calcada, sem medo algum por parte dos comerciantes. No Japão, essa confiança é tão grande que, mesmo em grandes lojas, não existe aquele detector contra furto nem aqueles alarmes na porta.

Facilidade no acesso a serviços essenciais (isso também dá uma invejinha): quando se viaja muito, alguns serviços são considerados essenciais, como lavanderia, internet, correio, comércios e comida. Aqui, entra uma diferença muito grande (tomando os Estados Unidos como referência). É só pagar US$1 ou um pouquinho mais para lavar suas roupas e o mesmo valor ou um pouco menos e secá-las e em uma hora, aproximadamente, você tem roupas limpinhas e cheirosas e isso é fácil e rápido porque é muito comum o uso de lavadoras e secadoras (em prédios particulares) que aceitam moedas. Também existem diversos lugares onde você pode fazer todo o serviço sozinho pelo mesmo preço.

A internet (tomando Brisbane na Austrália como exemplo) está em todos os lugares. Existem ruas e mais ruas com acesso público, rápido e de graça.

E correio? Quando você quer enviar algo, pelo menos no Brasil, só há uma opção: o nosso velho conhecido Correio. Nos outros países, existem diversas opções, o que torna o envio e recebimento de encomendas barato e eficiente.

Por fim, a comida: normalmente a comida é barata (inclusive nos países considerados caros), pois um prato que serve duas pessoas (de forma moderada, sim é preciso comer um pouco menos) sai nos Estados Unidos ou na Austrália por US$10. Mas por que tanta gente diz que é caro? Pense: há um prato em um restaurante no Brasil que sirva duas pessoas e que saia por R$10 (não valem os restaurantes populares)? A resposta é: claro que não. O problema claro é a conversão e aí, infelizmente, a gente perde… mas que é barato, é…

Gente, e a variedade? Um mercado no meio do nada em Mauí (um dos lugares mais remotos dos Estados Unidos) possui um milhão de tipos de produtos orgânicos… Fora os congelados (um tópico recorrente nos posts e em nossa cabeça). Existe de tudo e os preços são ótimos. Nos Estados Unidos, com menos de US$2, você tem uma refeição prática e rápida (e às vezes, até gostosa).

O Brasil pode ser um país ótimo em aspectos que há de se destacar: liberdade de religião, povo solícito, paisagens bonitas, mas ainda há muito o que se aprender. E como achamos que a sensação de segurança ainda está muito longe de ser como temos em vários países que já visitamos e ainda visitaremos, isto, com toda certeza do mundo, faz um país e um povo diferentes e é isso que tanto almejamos em nossas viagens: a sensação de ser livre, sem medo! Isso dá uma inveja…

4 comentários

  1. Quantas experiências, queridos Michael e Tatiane!!! Bom demais ler seus relatos! Que Deus os acompanhe sempre!!! Bjs

  2. Sigam mostrando a visão que se tem de fora da caverna e de como é fácil mudar.
    Parabéns!

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