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Bora Bora: bora pra lá?

Se você perguntar para casais próximos da época do casamento qual o local mais sonhado para a lua de mel, a resposta de quase 10 entre 10 casais será a mesma: Bora Bora… em alto e bom som!!

Lá é tudo isso e muito mais. Quando se pensa no que escrever sobre aquele lugar, um sorrisinho natural se abre no canto do rosto quase de maneira incontrolável!!

O grande problema daquele paraíso no meio do nada, entre o Havaí e a Nova Zelândia, além da distância, é o preço: tudo lá é bastante caro. Para se chegar lá também não é nada barato. Esta viagem foi feita em 2012, no mês de janeiro. Bora Bora é uma das ilhas da Polinésia Francesa que mais prejudica o bolso dos viajantes. 🙁 Há várias outras mais em conta como Moorea, Teahupo’o ou Huahine, mas quando se pensa naqueles papéis de parede com os bangalôs sobre a água e aquela cor azul-fora-da-realidade da água bem morninha, definitivamente você poderá dizer que é Bora Bora no cenário.

Sensação fantástica de estar indo ao paraíso: e vivo, ainda!!!!

Sensação fantástica de estar indo ao paraíso: e vivo, ainda!!!!

A viagem foi feita desde a Nova Zelândia, de Auckland, em um voo de 5 horas de duração que é meio que uma volta no tempo. Mas como assim??? Explico: a linha internacional do tempo, aquela que define os fusos horários do nosso planeta, imaginariamente se inicia em algum ponto entre a Nova Zelândia e a Polinésia Francesa. Então podemos dizer que, em um mesmo instante, serão dois dias distintos na Nova Zelândia e na Polinésia Francesa por causa dessa linha do tempo. Ainda tá confuso, né? Então tá bom, deixa eu explicar melhor…

É o que parece sim: o voo sai em um dia e chega no dia anterior!!!

É o que parece sim: o voo sai em um dia e chega no dia anterior!!!

Se você reparar direitinho, o voo Air Tahiti Nui 102 saiu de Auckland, na Nova Zelândia, no dia 12 de janeiro, uma quinta-feira, no fim da tarde, às 3:50PM, voou por 5 horas e 5 minutos e chegou em Papeete, no Taiti, no dia 11 de janeiro, quarta-feira, às 9:55 da noite! Parece doideira, mas nós podemos dizer que vivemos o dia 12 de janeiro de 2012 por duas vezes, coisa para poucos… 😉

A partir do momento em que chegamos no Taiti, o horário é local de lá e fica tudo muito mais fácil, mas até chegar lá, todo o planejamento de viagem com relação a diárias, voo de volta, horário de busca para o hotel ir ao aeroporto…. é tudo relativamente complicado. O preço desses trechos (ida e volta) foi de NZ$2.900, o que dá hoje uns US$2,300. Como eu já havia comentado, é salgado!! Mas temos que pensar que o voo leva para Papeete, capital do Taiti, um dos lugares mais desejados e paradisíacos em todo esse mundo!

Chegando em Papeete, pense no Rio de Janeiro durante o Carnaval: festa já na chegada, batucada polinésia na imigração com direito até a um sirizinho nos acompanhando durante a fila de espera para a imigração. Uma simpatia só do povo. Já nos deram um colar com umas florezinhas típicas de lá e também puseram esta mesma flor no nossa orelha, da mesma forma que os donos de bar fazem com as canetas. 🙂

Parece tudo festa e luxo, né? Sabe de nada, inocente! Isso é o que aparece nas fotos, mas é só!! Se você reparar, o voo chega em Papeete às 9:55 da noite e, logo aqui embaixo, pode-se ver o horário da saída do voo para Bora Bora.

Saída apenas no dia 12 (o segundo dia 12) pela manhã

Saída apenas no dia 12 (o segundo dia 12) pela manhã

Em Papeete, o voo desde a Nova Zelândia chegou no dia 11 às 9:55 da noite e o voo para o paraíso Bora Bora só sairia no dia seguinte, pela manhã bem cedinho, às 6:45 da manhã. Como o procedimento da imigração e a coleta de bagagens não foi tão demorado assim, antes das 11 da noite já estávamos com tudo na mão, mas sem ter onde dormir até o tão desejado dia seguinte amanhecer.

Conversei com um guardinha do aeroporto (que deve ter um dos trabalhos mais monótonos do mundo!!!) e ele gentilmente me levou a uma atendente muito educadinha e eu perguntei quais as opções de hotel que eu teria mais próximas do aeroporto, pois eu teria um voo no dia seguinte bem cedo. Ela apontou para fora do aeroporto e me mostrou o hotel que fica bem em frente à entrada principal, no início da subida de um pequeno morro. O nome deste hotel é Tahiti Airport Motel, nenhuma conotação com o que normalmente se faz em um motel no Brasil. Não posso emitir opinião sobre este hotel, pois não dormimos lá. Simples: eu não disse à atendente gentil que eu queria algo barato, havia me esquecido deste detalhe. Ela ligou para o hotel, falou com o atendente e me passou o telefone. Falei com o atendente e ele me disse que havia quartos disponíveis a partir de US170!! Pensei em 2,4593 segundos: já são praticamente 11:30 da noite, teremos que acordar às 4, no máximo, deixaremos para lá o café da manhã e até chegar no hotel (a subidinha é meio punk para um distrófico). Então, serão pagas quase 200 verdinhas para umas 3 horas de sono. Não, não vamos ao banheiro e fazemos dinheiro!!! Trabalhamos bem duro para consegui-lo, então resolvemos ficar no aeroporto mesmo e dormir desmaiar nas cadeiras duras que possuem sua estrutura.

Meia hora depois, bateu aquele arrependimento extremo no coração: “cacete, por causa de menos de US$200, vou ter que dormir nessa m…”. Entre outra coisas menos publicáveis ainda! Chegando meia-noite e até conseguimos identificar alguém falando português com sotaque paulista, mais alguns buscando cadeiras menos desconfortáveis para poderem pernoitar como a gente: na agonia! O arrependimento passou quando vimos um casal de suíços (que depois pegou o mesmo voo) se ajeitando, na humildade, para passar a noite no aeroporto. Graças à localização geográfica tropical do arquipélago, a temperatura não é problema, só o desconforto mesmo.

Conseguimos dormir umas 2 ou 3 horas (isso eu não consigo buscar na memória, peço profundas desculpas) e ficamos contentes feito pintos no lixo quando vimos os primeiros raios solares rasgarem o horizonte! Chegou a hora de embarcar!!! Woooohoooo!!! Fizemos o checkin mais que satisfeitos, nem lembro se compramos alguma coisa para tomar como café da manhã e partimos para o voo rápido de pouco mais de meia hora. O mesmo tempo que a ponte aérea Rio-São Paulo, mas a distância (e a aeronave) bem menor. Capacidade para uns 70 passageiros, mas um serviço de bordo eficiente da Air Tahiti Nui: suquinhos e um pãozinho para completar a cratera que se apresentava nos estômagos dos viajantes.

Chegamos bem confortávies, embora cansados, em Bora Bora, no mini aeroporto que é o de lá. Uns 400 metros quadrados de área para espera, checkin e tal, apenas um banheiro e com, no máximo, umas 10 lojinhas… A chegada vista da janelinha do avião já começa a deixar com vontade…

O que falar de um lugar desses, hein??!!

O que falar de um lugar desses, hein??!!

A vantagem do Taiti é que o brasileiro não precisa de visto para entrar e ficar até 90 dias. Fantástico, mas tem que ter muita bala na agulha para ficar mais do que isso. 😉

E pasmem: a parte mais salgada vem daqui, pois a hospedagem em Bora Bora é muuuuuuuuuuuito salgada, talvez apimentada seja o termo mais apropriado para isso. Só que aqui vem o primeiro comentário nocivo: se você for para o Taiti e mais especificamente para Bora Bora e não se hospedar naqueles bangalôs sobre as águas, NÃO VÁ!!! É a mesma coisa de você ir passar a virada do ano no Rio de Janeiro, em Copacabana, e ficar em um quarto sem janelas na hora da virada, acompanhando a virada pela televisão e ouvindo o som dos fogos de artifício e a gritaria do pessoal ao fundo! Isso para termos apenas uma referência. Se esse for o seu caso, pegue um bom pacote para Fernando de Noronha ou outro paraíso no Caribe que você estará no quarto mais caro e, mesmo assim, o preço será mais barato que os bangalôs do Taiti.

Essa viagem saiu, com um pacote do expedia norte-americano, por US$3.131. A desvantagem é que é necessário se pagar IOF de 6,38% atualmente e naquela época não era tão caro assim. Mesmo assim, o valor do pacote por 3,5 dias saiu mais barato do que se fosse comprado em qualquer site brasileiro, incluindo o expedia nacional, pois a diferença era bem maior que 6,38%!!!

BORA BORA

Quando se chega em Bora Bora, a sensação é mágica, embora de um cansaço tremendo por ter dormido no aeroporto, ter voltado no tempo e tudo mais. É um mundo diferente, pois o aeroporto pequeno não possui estacionamento e, sim, uma grande marina!! Só se chega de barco, uma delícia de diferente!!

Essa é a vista do aeroporto com a Ilha de Vaitape ao fundo

Essa é a vista do aeroporto com a Ilha de Vaitape ao fundo

A cor da água é essa durante toda a sua viagem :-)

A cor da água é essa durante toda a sua viagem 🙂

Clique aqui para assistir a um vídeo apresentando o aeroporto de Bora Bora.

Muitas vezes você ouvirá as expressões Maururu e Ia Orana. A primeira significa obrigado e a segunda é um pouco mais ampla do que simplesmente bom dia ou boa tarde… Significa um desejo de boas energias, de sucesso, de felicidade. Agora, convenhamos, se você morasse em um lugar daquele, você desejaria a alguém alguma outra coisa que não fosse felicidade??? Fala sério, né??!!

De posse de nossos colares de flores, buscamos pelo nome do hotel em que tínhamos reserva: o Bora Bora Pearl Beach and Spa, que pode ser acessado por qualquer um destes dois links via internet: link 1 e link 2. Entramos na lanchinha e foram uns 10 minutos até chegarmos no Bora Bora Pearl!!!

Cara de acabada, mas feliz!

Cara de acabada, mas feliz!

Cara de acabado também, mas feliz igual ao Bob Esponja!!!

Cara de acabado também, mas feliz igual ao Bob Esponja!!!

O HOTEL

É uma coisa fora de série a estrutura do hotel. Possui cinco estrelas, mas o que mais se destaca é o bangalô sobre as águas. Quando chegamos e fomos fazer o checkin, ficamos mais felizes ainda depois no nosso welcome drink, pois eles nos deram um upgrade de quarto, pois reservamos o overwater bungalow e nos deram um premium overwater bungalow. Qual a diferença entre os dois? O segundo é mais afastado da praia, ou seja, mais exclusivo.

No caminho entre a recepção e o quarto, uma atendente foi conosco para nos mostrar o quarto e no caminho, naquela pontezinha que liga a terra aos bangalôs, eu juro que eu até tentei, mas deixei as moças irem juntos na frente e fiquei atrás rindo sozinho, pois eu simplesmente não acreditava que estava naquele lugar, era algo que eu ainda não tinha realizado até o momento…

E tem como não ficar com cara de bobo andando por esse caminho

E tem como não ficar com cara de bobo andando por esse caminho “encantado”??

Entramos no quarto e a atendente nos perguntou, como ainda não era nem 10 da manhã, se queríamos tomar café da manhã. Como a fome era maior que tudo o que existia nesse mundo, topamos mais do que rápido, ajeitamos a cara e fomos direto para o restaurante. Comemos muito felizes e comemos de tudo quase que como animais, pois a fome era imensa e misturada ao cansaço e, no momento de voltar para o quarto para começar a aproveitar o paraíso, vem o atendente do hotel com um papelzinho alaldiçoado para que eu assinasse. Eu, gentilmente, disse que a diária cobria o café da manhã e o atendente, também muito gentil, disse que a minha diária só começava ao meio-dia, o que queria dizer que o primeiro café da manhã só seria no dia seguinte. Assinei, sem problema, e vi quanto sairia o café no paraíso: vi o preço local e fiz umas contas rápidas de cabeça enquanto me encaminhava para o quarto. Tatiane me pergunta o que houve e eu explico que o café da manhã que acabamos de tomar saiu o equivalente a US$75 por pessoa… Uma pausa de uns 10 segundos, um olhando para a cara do outro e vem a primeira gargalhada incontrolável de ambos, misturada a xingamentos ao vento e promessas de economia até o final da viagem!!! Hilário, mas necessário… e a sensação de que, ao menos, comemos bem mais do que uma pessoa normal naquele café da manhã, o que diminuía um pouquinho a sensação de ter sido assaltado pelo café da manhã. 🙂

Mas como já escrevi mais acima, se não estiver disposto a gastar, fique pelo Brasil mesmo, pois há muitos programas mais baratos e tão luxuosos quanto pelo nosso Brasil varonil.

A estrutura do hotel é muito boa, a piscina é grande, quase sem uso e limpíssima. Caiaques e o equipamento mais básico para mergulho, como coletes e snorkel, também liberado. Basta pedir emprestado, deixar o número do quarto e avisar quando devolver que está tudo certo, sem a necessidade de pagamento adicional. Mas na boa, nem precisa de nada, basta ficar parado olhando a natureza e dando uns mergulhos…

Nos deram o quarto 29, que era o quarto mais caro que o hotel tinha, embora nós tivéssemos pago apenas o segundo mais caro sobre a água. Não resisti e tive que fazer um vídeo descritivo sobre o que tínhamos à disposição durante os dias que estivemos por lá… Clique aqui para assistir ao vídeo. Abaixo de cada bangalô há corais e os peixes sempre ficam por ali para se alimentar. À noite, é lindo acender a parte debaixo do bangalô e ver os peixes nadando. Jogamos um pãozinho para eles e ficava cheio de peixes. Mágico o troço!! Dava para nadar até embaixo do bangalô e ficar com os peixes e ser visto através da mesa que não tem piso, apenas um vidro e uma tampa que se abre para os alimentos serem jogados aos peixes.

Só alegria! E era para ser diferente?

Só alegria! E era para ser diferente?

Vale ressaltar que Bora Bora não possui vida noturna e qualquer agito noturno. Se essa for a sua intenção, fuja de lá!! À noite, saia para jantar no restaurante do hotel, na hora do almoço, se quiser, almoce no restaurante ou vá para Vaitape, que é a ilha principal, atrás de algumas coisinhas mais em conta. Para termos noção de comparação, uma lata de refrigerante dentro do quarto, no frigobar, custava US$5, nada absurdo, mas se saíssemos no barquinho (US$10 por passageiro) e fôssemos para a ilha principal, poderíamos gastar US$2 em cada. Com 5 latinhas compradas, a viagem já estaria paga e o resto seria economia.

Saída para Vaitape

Saída para Vaitape. É logo ali no fundo, mas não dá para ir nadando… 🙁

Alguns hotéis possuem transfers gratuitos, o que compensa mais ainda. No Pearl, isso não rolava, mas aproveitamos para conhecer o grande agito de Vaitape, compramos também alguns alimentos, principalmente para almoço, baseado em frutos do mar, conectamos na internet em uma lan house do local e até compramos umas coisinhas com pérola negra, muito comuns por lá e com preços inacreditavelmente acessíveis.

VAITAPE

É legal conhecer como os polinésios vivem, o estilo de vida completamente diferente do nosso, a simplicidade e a alegria desse povo! Fomos ao hiper mega mercado do Chin Lee para comprar algumas guloseimas como cerveja, sucos, porções de salmão e tal, que valem muito a pena.

Chin Lee detona!!

Chin Lee detona!!

Em Vaitape, não perca o Shopping Center Le Pahia que, de tão pequeno que é, quase você não percebe que está nele. Ele fica ao ar livre, naturalmente… poucas são as lojas que possuem ar condicionado, só tivemos acesso nas joalherias e na lan house. O resto é tudo ao ar livre! 🙂

Great Mall!!

Great Mall!!

Cachorro polinésio

Há inúmeras redes de hotéis luxuosos em Bora Bora. Alguns mais caros que outros, mas independentemente de onde você ficar, você vai amar este lugar. A simplicidade do povo, a cor e a temperatura do mar, enfim, tudo é feito para fazer com que você se encante pela Polinésia Francesa.

O que posso dizer é que vale muito a pena conhecer Bora Bora. É um lugar de sonho, local que muitas pessoas sonham em ir a vida inteira e que, se você planejar direitinho e tiver uma boa reserva financeira, você poderá visitar sem grandes problemas. Se você torceu o nariz dizendo ou pensando: “o cara que está escrevendo isso é rico!”, esse foi o seu erro mais grave nestes últimos minutos. Trabalho para viver e amo viajar! Não gasto grandes fortunas com carros, celulares ou roupas milionárias. Apenas gasto o dinheiro viajando da maneira que eu acho mais conveniente possível. Para finalizar, algumas fotos do período em que estivemos por lá durante janeiro de 2012! Espero que tenham gostado do relato, mas as imagens valem mais do que textos nestes casos!!!

 

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